sábado, 1 de abril de 2017

tarde de fim de Março

desceram da serra de propósito
vieram vê-las
depois, ficamos naquele vício bom, desenhando-nos


domingo, 26 de março de 2017

USK Portimão

os USK de novo, agora por Portimão
e era domingo de Ramos e chovia e a igreja matriz acolheu-nos 
e desenhar, seria desenhar os odores e os ritmos e as ladainhas
tentamos, ao menos, o ambiente e as gentes que o faziam
e, na rua, essa casa que apelava, vaidosa de outros olhares antigos: refaz-me nos teus riscos, mira-me
e eu tentei deixá-la satisfeita







USK Alferce Monchique

enquanto o medronho destila, ri-se, canta-se, conversa-se
e bebe-se a acompanhar as febras grelhadas do porco morto pela madrugada
desenhar, aqui, só mesmo as conversase e os ruidos
e a paisagem soberba lá do pico da serra
mas as gentes, essas, é uma tentação
e um apelo e um gosto trazer-lhes, ao menos as expressões, para o papel





sábado, 4 de fevereiro de 2017

M de Mulher e de aMor e de Mãe


Sobre o que aqui mostro
(a tentar dizer o porquê e de onde)



Intitulo esta mostra de trabalhos como
êMe de Mulher e de aMor e de Mãe
que é também êMe de Maria e de Margarida
ela que tinha o gosto do rabisco,
ela que um dia me disse: repete
e o bule acabou perfeito
redondo e simétrico como as nádegas destas
bonecas avantajadas
gordas e distorcidas como o desenho daquela peça de barro
o meu bule da quarta classe
a minha mãe insistindo: faz outro
bonecas de pés disformes
se têm sapatos, são sempre cor de sangue
e os dedos podem ser, tantas vezes, mal contados...
ela dizia: faz outro.
Ela que tinha o gosto,
tinha, também, a paciência rara dos modelos...
Aqui, neste espaço onde um dia entrei por sua mão,
deixo o que fui capaz, depois do bule
e com estes riscos, simples, lhe agradeço.


Mais no OLHARES FELINOS e no REPENSANDO

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